Episódio 6


711 d.C. | 1.000 d.C

A Conquista Árabe


Episódio 6

"Quando, a propósito da retirada da guarnição Bárbaro-Visigótica..."

No inicio deste episódio 6 e último episódio que diz respeito ao separador HISTÓRIA, retomamos à plena idade média do ano 711 d.C, onde fizemos um intervalo, "Quando, a propósito da retirada da guarnição Bárbaro-Visigótica existe assim a certeza que estes são expulsos pelos conquistadores muçulmanos…"

Não sei se recorda: Tivemos de sugerir ao leitor uma viagem no tempo para compreender melhor a causa-efeito, factos estes que contribuíram como herança para o aparecimento deste "sítio ou lugar", deixada assim pelo povo do período Bizantino e a formação de diferentes focos páleo-cristãos em apenas um século de história. Se a Ocidente o Império era nitidamente mais rural e a utilização do Latim predominava, aqui persistia uma população essencialmente cristã, algo contrastante com o paganismo romano de Roma Antiga. No entanto ao contrário dos Romanos do Ocidente, Bizâncio, herdeiro do Império Romano, sobreviverá durante toda a fase das Cruzadas da Idade Média que lentamente o irá privar de suas riquezas, após o saque de Constantinopla de (1204 d.C). Mesmo assim irá fundar alguns regimes feudais pela Europa que prolongar-se-ão bem tarde com que resta da "Nova Roma" até (1450 d.C) já com o notável desabrochamento cultural. Como descrito anteriormente o Cristianismo ainda não havia triunfado, não seria ainda nesta era, em Meca nascera uma nova religião que se propagará, seguindo-se uma Invasão Islâmica que abrange a conquista de todo o território algarvio que lhe dará o nome.

Agora sim, retomamos para o ponto de partida onde os Visigodos são expulsos de terras Lusitanas, depois de bastantes lutas internas e externas, no século seguinte o povo Godo tem mesmo o seu ponto final e serão abandonados ao seu destino como muitos outros que se extinguiram. No entanto, não queremos avançar sem antes descrever a "Queda da Civita, Princesa da Lusitânia que nunca chegou a Rainha" e com as consequências que acompanham todo este território e todos os acontecimentos que tiveram o seu desfecho em plena conquista Islâmica.

Queda da "Civita-Ossonobense"

Ao longe o mesmo mar espreita entre o mesmo céu do Algarve, (Ossónoba) como sabemos, tem sido tratada mais embutida em poesia e mistério que seduz mais do que parece, ao espírito dos literatos que aos arqueólogos, uns pensam mesmo que chegou a "Civitate peninsular". Parte do litoral terá assentado toda fazendo parte da província Lusitânia, outros põem as suas dúvidas deixando-a num patamar de "Civita-Ossonobense".

De qualquer modo, acompanha-se os quase dois milénios de história deste povoamento em que se torna cidade na área lagunar de uma povoação indígena que recebeu a sua primeira fundação fenícia de Osson Ëba Listaria. A sua bacia é lapidada como uma pérola na sua concha natural e marítima da (ria formosa) reportando-se logo como importante entreposto comercial. Já nas inscrições romanas de (Bals)-Balsa sabemos já que, segundo o "Itinerário de Antonino", foi reconhecida como Ossonvba, até ser atingido o estatuto de "Civita" em plenas guerras Lusitanas.

Pelas ruas desta cidade se bem que em minoria poderão ter caminhado Cartagineses, Celtiberos ou Lusitanos até ao dealbar do 1.º milénio de elites atlântico-mediterrânicas, dá-se assim a expansão urbana da senhora Princesa da (ria formosa). A pérola dá conta da presença de uma elite mercantil que controlava as principais actividades económicas das pescas e comércio e que participam da plenitude dos valores Romanos da importante "Civita" depois apelidada de (Osvnba)-Ossónoba. Depois dos 200 anos de paz Romana, mas já vítima de algumas guerras anteriores a princesa da (ria Formosa) teve a sua maior provação, logo após à formação das chamadas "dioceses" ao ser atingida por um violento e catastrófico sismo. Nesses tempos, devia ser navegável numa certa extensão, não até "Stoy" – (Estoi), aonde o mar, como querem alguns autores, teria chegado, mas num percurso que terá ficado suspenso após o tal cataclismo de que fala Paulo Orósio fugido em (413) de Braga à perseguição dos Suevos para junto de Santo Agostinho, bispo de Hipona.

O sismo de 413 d.C, irá abalar as suas fundações, segue-se a chegada dos povos – (estrangeiros), bárbaros vindos do Norte que chegam à concha dos sapais e dos esteiros o que levará os Romanos à iniciação de um maior número de fortificações nos portos. Finalmente chega a "Nova Roma" dos Bizantinos, reforçaram a proteção-militar numa tentativa de defesa aos povos seguintes em Ossónoba, sem esperarem do que estaria para vir. Estes fomentam ao maior número de propriedades rústicas de fórum Ossonobense, a maior parte das grandes "Civitas" do litoral já entrara em colapso. São vários os factores, iniciados com o sismo e com o seguimento das invasões da cavalaria gótica em prol da dominação desta senhora Princesa de nome "Ekxunaba". Os Visigodos não procedem a alguma alteração ou manutenção da cidade, a não ser numa tentativa vã de manter as dinásticas Visigóticas e onde figurará assim a sede de bispado com a edificação da Igreja Matriz. Inicia-se assim a tentativa de erguer uma povoação pós ruínas que até então já só serviria como porto à antiga cidade a que apelidam agora de "Sancta Maryia".

Tudo isto irá acelerar à sua decadência, que cairá em degradação, declínio e finalmente no empobrecimento já em plena invasão Islâmica. Os árabes prosseguirão ao desmembramento da princesa ao utilizar as pedras das suas ruínas na construção da muralha e reforço do porto chamado de "Xanta Maryia Ekxunaba", assim como na manutenção das suas habitações. Passados quase (dois mil anos de sobrevivência), ataques de povos, a "Princesa" aprisionada por instabilidades sísmicas, guerras civis e o que agora viria a marcar este novo milénio com as fomes e epidemias até ao século XIV, esta nunca terá chegado a "Rainha". De grande e importante "Civita" é reduzida a recinto amuralhado em proporção uma dezena de quilómetros já pelo reino Califal Almorávida e passará a Shatmaryia al'Gharb, erguer-se-à uma pequena povoação além muralhas que manterá o mesmo nome dado ao porto de mar.

Se assim fosse, não faria sentido a afirmação de (Ibne Alabar), citada pelo Prof. Doutor David Lopes, num dos seus trabalhos:
"Ossónoba não parece ser a mesma povoação que os Árabes chamavam Shatmaryia (Santa Maria), porquanto Ibne Alabar nos diz que esta era o porto daquela". Acrescentando o mesmo Professor, "mas as inscrições latinas de que têm sido encontradas nas muralhas de Faro provam que não deveria ser longe." Ora sendo Ossónoba uma cidade marítima e, à semelhança de, Nábrissa, Onoba, Mainoba, e outras mais, situada, segundo o geógrafo Strabão, num estuário (exemplo de que nunca chegou a Rainha) como Cartago ou mesmo Cádiz".

Textos adaptados:
MASCARENHAS (J. Fernandes), Elementos... 1967 p. 7-11. ARA II 1972 p.287-288.

Tradicionalmente considerado como pertencente à via de Balsa a Ossonoba.


Conquista do al'Gharb

Na implantação por Bizâncio da 1.ª pedra de "Blasivs" (São Brás) este manterá sempre ao longo de todos estes séculos, uma estreita relação a "Ossónoba" e assim continuará com a seguinte de (Santa Maria) ou até mesmo pertence de (Faro). Esta relação entre a evolução desta cidade e o próprio (São Brás), só será desvinculada bem mais tarde com a fundação do já então Concelho, contudo vamos ter de esperar. No final da estadia Bizantina do ano de 632 d.C, morre "Maomet" e os reinos ditos de "bárbaros" também haviam acabado assim no Ocidente-Sul. Inicia-se a Conquista Árabe que aqui chega à província e batem os Visigodos no Guadalete em batalha no início do século VIII. Os Árabes Maometanos e Berberes de África começam por invadir Hispânia e logo a seguir a Lusitânia ou seja toda a península Ibérica e rechaçam os Godos para as Astúrias.

Filha da pregação de "Maomet", a invasão árabe é a revelação monoteísta de um modo de vida ligado à prática da guerra, com o "Alcorão-palavra de Deus", após o desaparecimento de "Maomet" os califas que lhe sucedem como chefes, levam as armas ao longe, começam por amputar Bizâncio reatando-se como "Omíadas". Logo o Berbere Tãriq Ibn Ziyãd em 711 d.C (Califal) entra aqui com um exército de 12.000 homens num território que começa por apelidar numa palavra de origem árabe "al'Gharb" que significa o (Ocidente) fazendo parte de todo um Califado Omíada de Córdova. Agora sim, podemos avançar para o ponto de partida do reino Visigótico deste território da Lusitânia e da velha cidade de (Ossónoba) que devido à reconstrução será transformada numa povoação (pouco maior que Vila), bem mais modesta é assim que virá a ser encontrada mais tarde pelo Reino de Portugal.

A expansão do período Omíada dá-se até 750 d.C, constrói a arabização das escritas, cunham a moeda, o traçado militar das províncias, os conquistadores islâmicos completarão a paisagem a partir do litoral. Neste período os espaços rurais e os circuitos alargam-se a partir das estradas já existentes com um gigantesco escoamento de bens para algumas metrópoles, mesquitas e palácios. Em 786 d.C, inicia-se a conquistra pelo Faustoso Härun Arraxide e devido à sua importância a agora cidade de "Xanta Maryia Ekxunaba" e todas as dioceses tardo-romanas passarão a muçulmana Iemenita até finais do século VIII. Neste contexto, a Diocese tardo-romana e visigótica de Ossonoba, passou a ser um distrito militarizado (Kura), governado por um general árabe iemenita: "Abû Sabah al-Yamâni".

O modo de vida e a definição da comunidade árabe da pregação é algo complexa dando origem a variadas seitas que por esse motivo nem as iremos descrever, vamos sim nos manter no aspecto mais civilizado ou melhor, mais romantizado dos valores que contribuirão em virtude das comunidades de imigrantes que passam aqui então a existir. Será o assentamento de base clânica nas pré-existentes, das populações luso-Romanas, Bizantinas e Visiogóticas dos que não se converteram ao Islamismo, são comunidades autónomas sob um regime de dependência tributária e falantes de latim. A nobreza Visigoda acaba por receber muitas benesses dos Omíadas estes menos radicais, tornando-se "Mulladis" apelidados de moçárabes e governadores de muitas cidades do Al-Andaluz, onde passam a estar integrados.

- A conquista árabe - Omíadas, (com inicio em 711 d.C) os Barberes de África derrotam os Godos

No século IX a liberdade religiosa foi, contudo, uma realidade e grande parte da população cristã e judaica não só manteve a sua religião como a posse das suas terras, pagando apenas os tributos já pagos tradicionalmente durante o período Bizantino. Passam a misturar-se com as antigas culturas dos nobres Romano e Godos que não pretenderam abandonar a Lusitânia. As populações autóctones mantiveram-se portanto nos territórios, nomeadamente os reis, príncipes e nobres católicos tanto se aliavam aos árabes, como os combatiam. Será comum o aparecimento dos (Híbridos Moçárabes) que daqui para diante arabizarem-se foneticamente por este povo "Mulladis" como o caso de Ossónoba a "Shantmaryia al'Gharb". Dá-se o processo intensivo de colonização rural propriamente dito por parte dos imigrantes do mundo árabe, Síria, Egipto e finalmente do Magrebe que começa a intensificar-se, não só a abranger os centros urbanos como começam a espalhar-se por cerros e vales.

O desenvolvimento que diz respeito ao período califal ou Almorávidas do século X e XI acontece berço da construção do percurso, via romana, ribeiras que serpenteavam entre o correr das águas aqui circundantes e aos seus recursos hidráulicos Romanos, acrescentar-se-á a abertura de poços e noras. Os governadores tornam-se autónomos e fundam dinastias locais, os califados formam concorrência com os Abássidas em 909 d.C, fez-se construções que transformaram principalmente as grandes zonas urbanas, como o caso do antiquíssimo porto de Shantmaryia al'Gharb em que toda a pedra de Ossónoba em toda a sua plenitude servirá para a transformação da fortificação do seu porto e farol. Após a queda de Ossónoba, no litoral Sul, quando aí se foi estabelecer o príncipe Mohammed ben Said ben Härun, (Ibne Härune) de uma família ilustre de Mérida, esta sofrerá grandes adaptações toponímicas, os reinados Árabes, Emires e Califas estabelecem-se.

Por outro lado já por a cidade estar nessa altura em plena decadência após a formação do novo principado em Ossónoba, inicia-se assim um processo de fortificação, cercando-a de muralhas. Supomos ser esta versão mais admissível, Ossónoba devia ter existido na região e Xanta Maryia teria surgido da necessidade de se fortificar o porto que servia a cidade, como proteção". Informa-nos que Ar-Râzi, que até ao século X "Xanta Maryia" era porto de mar, Ibn Alabar afirma que era porto de Ossónoba, assim:

"Devido à falta de pedra perto de Xanta Maryia, tomei a decisão de construir, não só as muralhas mas grande parte dos edifícios do novo povoamento, com materiais da antiga e arruinada Ekxunaba., que não fica muito distante. Além disso, sendo Xanta Maryia, segundo Ibne Alabar porto dela mesmo, poderemos aproveitar alguns templum de construção Romana para converter em mesquita, ou até mesmo qualquer edifício Visigótico para nossos aposentos."


Acompanhando um movimento generalizado das províncias do Garb al-Andaluz, o Sul torna-se um reino independente, uma Taifa ou principado, sendo agora governado pela família "Mulladi" Ibne Härune, que também usava o apelido de al-Härum (o farol), o que segundo alguns historiadores decorre do importante farol já então existente no (Cabo de Santa Maria), que deste modo deu o nome não só à cidade como aos seus governantes da época. De qualquer modo, temos que pelo século XI, já existiria no local, uma povoação com o nome de "Shantmaryia al'Härum", habitada por uma população de moçárabes, cristãos em terra islâmica, e que tirava o seu nome de uma imagem (Santa Maria) de Nossa Senhora colocada sobre as muralhas acima da porta do mar e dotada de portas de ferro.

- 840-1000 d.C Reconquista aos árabes - Abássidas, período Califal (califado).
- Antiga (Ossónoba) Xanta Maryia al'Gharb torna-se Shantmaryia al'Härum.

Voltamos assim a realizar o percurso a partir do litoral desta cidade com um cariz para Norte, este será ocupado pelo povo que irá facilitar a toda a transformação toponímica que dirá respeito há evolução deste planalto. Apresenta-se neste episódio um esboço de transformação e desenvolvimento durante o domínio Árabe, de simples casas de beira de estrada e sobrevivência do povoado do meio rural à evolução até ser considerado como uma aldeia. Na articulação das habitações originais do período Bizantino até ao já digno povoamento, temos descrito desde o início da Romanização do século II ao tomar todo o processo de iniciação da passagem "Calciâta" até "Portellu" - terras de al'Portel, até chegarmos há sua expansão dentro deste novo período Árabe.

WEBGRAFIA
A cidade luso-romana de Ossonoba in "Actas del I Coloquio de Historia Antigua de Andalucia", Cordova, 1993, pp. 515-537
[nota desta transcrição]

Autor: Luís Fraga da Silva
Edição: Campo Arquológico de Tavira 2002
" A região de São Brás de Alportel na Antiguidade"


Transformações da Conquista Islâmica em terras de al'Portel

A conquista Árabe passa por ser muito pouco compreendida, mas há que analisar que este povo apesar do lema do estar ligado à prática da guerra, (qual deles não estava?) é dos que tem mais significado em toda a toponímia de LUGAR, nomeadamente em al'Gharb. Será o seu legado a conversão do nome deste "sítio ou lugar" dos antigos focos paleo-cristãos aqui encontrados e o começo do seu desenvolvimento urbanístico. Será o aumento substancial de simples casas de beira de estrada do século VIII de simples aglomerados até serem considerados de povoados até ao século XIII. Nos próximos 300 anos após o ano de 711 d.C, até ao dealbar do ano 1000, este local já aparece mesmo no "sentido de local", não ainda independente mas já com alguma auto-suficiência que o começará assim a distanciar-se de Xanta Maryia, com devida importância num período que se estenderá aos extensos 500 anos de povoamento islâmico conhecido.

Muitos dos nomes greco-fenícios de origem grega como Balsa, Baesuris e até o próprio (santo-Blasius) irão desaparecer, outros serão adaptados ou arabizados, será assim o caso deste último para o que se pensou ser inicialmente de "Xannabûs". Com o desaparecimento de muitos outros núcleos urbanos do litoral o centro geográfico urbano desloca-se, as zonas limítrofes de (Xanta Maryia) serão sítios dispersos do meio rural de al'Gharb. Chegámos ao período dos nomes e topónimos da maior parte da região, alguns dos quais terão como conversão o latim hispânico original ex: "Portellu ou Portela" convertido para al+Portel. O desenvolvimento dos lugares de domínio árabe tem teimosamente vindo a ser esquecido mas serão eles que irão mudar a história de (São Brás) para todo o sempre.

O sopé da serra tinha um conjunto de recursos complementares importantes, clima mais fresco e saudável comparativamente ao litoral, numa situação intermediária entre a urbe e o topo como descrevemos num anterior episódio. Pelo percurso já existia "Milreu" e "Stoy" uma zona privilegiada de "domus" residências senhoriais que veio a ficar completa durante os Árabes com "pars" rústicas que tinham vindo a ser utilizadas durante o período Bizantino-Visigótico.

Agora a via tem todo o sentido como importância pela direção Sul–Norte ao atravessar a campina sedimentar até à orla da serra dentro de terras da principal (al'Caria). O traçado de "Calciâta" iniciado no Poço Largo passa pelo planalto e povoação nomeada já pelos árabes de "Xanbrax", situa-se assim a meio termo entre o cerro da atual pousada uma variante no topo para norte numa falha geológica no (sítio da Fonte da Pedra) com um percurso que o levará ao designado terras de al'Portel. Neste período havia também uma via longitudinal unindo estas duas vias ocidentais que partia da direção de "al' Ulyâ" atual Loulé onde cruzava com uma outra via Ossónoba-Ameixial (São Clemente) para Oeste na converção da atual (calçadinha) esta que chegará até nós.

*Comunidades cristãs e falantes de latim tardio e rural a que se deve a sobrevivência de alguns topónimos Latinos e Germânicos.

Latinos – Apra e Jordana ou mesmo (Alportel) nome hibrido-moçarabe do hispânico (al+Portel) do latim "Portellu" (Portela)
"Portellu" – Portela =(porta para a serra) passagem estreita, Portel
"al'Marges" – Almargem e "Vicus altus" – Bico Alto

Germânicos – Goldra e Goncinha.

Atestações tardias. O top. Alportel só se encontra atestado na documentação portuguesa em 1392 e 1446 (Bernardes e Oliveira, 2002, 38, 50), mas o nome comum Portel e o topónimo El Portel (Granada) são moçarabismos documentados em fontes árabes(Simonet, 1967, 459-460).

Etimologia. Do lat. p o r t e l l u - , 'passagem', diminutivo vulgar de p o r t a - , prefixado com o artigo árabe a l - .Híbrido moçárabe, com conservação de tónico latino-vulgar e perda da vogal final devida a influxo do árabe.
O moçarabismo Portel, sem aglutinação do artigo, tem 5 ocorrências toponímicas. A variante feminina Portela, comum ao galego-português e atestada desde 919 d.C, com ocorrências toponímicas. Caminho, passagem estreita entre montanhas; Romana e pré-islâmica.

Comentário. A forma toponímica moçárabe Alportel é única no território português continental, embora integre os nomes de lugar vizinhos como referência locativa, dada a importância adquirida pela Terra de Alportel na época medieval portuguesa: Cerro de Alportel, Outeiro de Alportel, Ribeira de Alportel e o próprio São Brás de Alportel.
Dados extra-linguísticos. No sítio do Outeiro de Alportel existiu uma necrópole romana (Alarcão, 1988).

Os seus limites até ao ano 1000 d.C, ainda são arbitrários no entanto devem ter-se estendido de nascente para poente acompanhado a atual região rural e o condicionalismo da mesma via longitudinal que começou aqui a existir. O nome da via (calçadinha) no sentido figurativo é já muito ativa em plena época medieval e será assim nos próximos 500 anos da conquista Árabe, estes que contribuíram para o desenvolvimento quase definitivo da toponímia do sítio de Xanbrax.

Dentro das terras de al'Portel, localmente a partir do cerro da pousada os árabes mantiveram e reforçaram o sítio de características defensivas assinalado por fontes árabes como "Hisn Burtala al'Portel". Pensa-se que as últimas obras aderentes à pousada terão varrido qualquer vestígio desta inicial "porta da serra" luso-Romana, Bizantina ou fortificação Visigótica condicionado a um pequeno e provável forte de vigia Islâmico ou cerca defensiva. Por fim o califado Omíada aperfeiçoa e coloca em utilização os moinhos hidráulicos iniciados aqui pelos Romanos que acompanhavam o vale da ribeira no sítio de "Hortas e Moinhos". Junto a este local as "buyut" anexas com duas habitações geminadas, assume-se posteriormente importantes estruturas de apoio aos viajantes que tendem a concentrar-se e a oferecer uma maior diversidade de serviços pela comunidade Árabe. Chama-se uma atenção especial a este mesmo sítio pelo século IX ao converterem a original ermida a posterior mesquita, que poderá esta também ter estado localizada nesta mesma zona, perto da calçadinha onde ficava localizado o antigo cemitério que funcionou aqui até ao século XVII.

Aliás, provavelmente na segunda metade do séc. XIII a utilização do arco de pedra da pérgola desse mesmo portal lateral da ermida primitiva original, será este utilizado para um templo não maior que uma capela mais acima já não sendo este junto da "fonte santa" nem do santo "Blasius". Depois este pequeno templo evoluirá nas obras de reedificação até ser ampliado e atingir a proporção de Igreja que será construída no local agora já existente, isto já durante o século o XV que se segue, mas voltaremos a descrever esse acontecimento na era do reino de Portugal.

Blasius – Xanbrax

Sobre as mesmas pedras às que percorremos comprovava-se a presença dos Árabes em meados do século X, que continuam a utilizar a fonte original de San Blasius, quanto à formação da pequena ermida, esta motivou ao desenvolvimento urbanístico de dentro para fora de um primitivo e desordenado povoamento rural construído. Com o passar do tempo e assente sobre a toponímia em forma de rosário latino iniciado pela anterior população cristã, acompanhando o percurso original da "Calciâta", a ermida de culto local é adotada pelos muçulmanos e será convertida em mesquita que proporcionará o aumento substancial da povoação. O (santo Blasius) Bizantino é nomeado foneticamente pela comunidade aqui presente quase estritamente moçárabe com o nome de sítio de "Xänbrax" localizado ele assim neste planalto. Já a restante pulverização de casarios rurais parcelares correspondentes aos núcleos habitacionais de povoados são transformados nos primeiros locais árabes ou al'Carias, alguns dos quais continuam a manter uma estreita relação com o mundo latino proveniente da população cristã anterior, ex: de Apra, Jordana ou mesmo al'Portel. Outros com o próprio germânico e finalmente outros com o fundamento puramente islâmico como al'Caria ou Mesquita. Em Xanbrax havia uma divisão territorial, a Norte e Este das "terras de al'Portel" era puramente muçulmano, já aqui neste planalto mais mais a Sul e Oeste era quase exclusivamente composto pela população moçárabe que irão converter hibrimamente alguns nomes através desses mesmos Moçárabes.

Pelo califado Almorávida do século X ao XIII como resultado de manterem a sobrevivência destas comunidade moçárabe espalhada aqui por esta povoação, alguns dos quais descendentes de nobres latino-Visigodos que a começaram a designar Xanbrax, convertem-no para a sua perfeita adaptação fricativa. O (X) de "Sh" dará o híbrido (S) tornando-o após a mudança dos sufixos em SanBras. Com a ajuda desta importante população moçárabe nascia assim a aproximação ao (São Brás) que todos conhecemos e conduzem-no de povoado com uma simples ermida a uma futura #"ad-Dai'hâ" até finais do século XIII.

A disponibilidade de água era assegurada pela riquíssima nascente natural existente no centro da #"ad-Dai'hâ" da altura, sendo também este o local da "fonte santa". É onde estava também implantada a modesta ermida de culto ao santo SanBras, esta anexa à via do percurso calcetado que percorria todo o campo agrícola, finalizado no (Portal da Serra) propriamente fazendo parte do povoamento de todo o "sítio" de terras de al'Portel.

- Um erro de transcrição por parte dos copistas árabes (alteração de uma letra será a razão) começa por apontar este sítio como (Xannabûs) no entanto o real nome era de Xanbrax.

- O (X) na escrita árabe transcreve-se na fricativa (S) latino-moçárabe que será mantido na grafia galego-Portuguesa.

- No alfabeto árabe o desenho da letra (X) na grafia do latim galego-Portuguesa com leitura de "ese" (S ou Z).

Isto terá colocado (Xanbrax) como Sanbras sendo este o primeiro topónimo conhecido moderno.

No primeiro principado Omíada do século VIII chamam o povoado de (Xanbrax - Shannbrache), numa segunda fase do califado Almorávida do século X já se terá arabizado foneticamente para o apelido de (Sanbras).

De facto como afirma um arabista Português, são frequentes as corruptelas dos copistas Árabes perante nomes estrangeiros.

- Xanbrax 1031 d.C (Taifas), viagem de Ibn ammâr São Brás a Silves 1031-1095 (nesta data ainda não tinha havido uma adaptação pelos Moçarabes.

- Aldeia, vem da língua árabe # "ad-Dai'hâ" é toda uma pequena povoação, normalmente rural, com poucos habitantes, isto é, um aglomerado populacional de categoria inferior à vila.

- Alcaria, do árabe al-gariya, «vila, povoado pequeno», designava, no mundo muçulmano do al-Ândalus, as pequenas povoações rurais que se situavam nas imediações das grandes cidades apresentando-se, de alguma forma, com a continuada das antigas villae romanas. Uma alcaria podia ser um povoado único, ou podia agrupar algumas pequenas povoções, que possuíam, em conjunto, um perímetro fortificado.

O desenvolvimento do núcleo urbano de SanBras deve-se ao período compreendido entre o século XII e XIII da conquista árabe, por se enquadrar dentro das características que eram privilegiadas por aquele povo para os seus núcleos urbanos, sejam por um lado a sua localização em sítio alto, dotado de uma fonte rica de águas. Semi-protegido a Norte por "hisn Burtala d'alportel" (uma cerca que a envolvia a norte e poente) localizada na zona da atual pousada, o traçado habitual dos arruamentos dos povoamentos, pelo que se afigura poderá ter sido traçados nessa época de origem Árabe e neo-Árabe.
Nestas condições na #"ad-Dai'hâ", considera-se a existência a sítios de poços públicos, refira-se também, ainda, que muitas das (levadas de rega) tradicionais, ainda existentes nos hortejos das aldeias e nos das zonas dos açudes das ribeiras a que já fizemos referência, foram certamente originados nessa época, sendo de uma técnica construtiva que era dominada pelos Árabes.

Parênteses de "uma viagem das mil e uma noites".

O estudo toponímico que se apresenta incide sobre os topónimos que testemunham a cronologia da rede viária compatível com a viagem de Ibn Ammär. A Viagem de Ibn Ammâr, de (Xanbrax)-São Brás a (Xilb)-Silves, consideram-se, assim, os nomes de lugar existentes em época islâmica e os fixados imediatamente após a conquista portuguesa que lhe dão continuidade funcional.

FONTES ÁRABES
Povoações referidas nas fontes árabes medievais, revelando um ajustamento em "rosário linear" relativamente aos
itinerários, prova de sincronismo histórico.

Pontos de aguada para animais
Condição essencial neste tipo de transporte, sobretudo em estações mais quentes. Uma boa estrada terá pontos de aguada potável e abundante cada 3 ou 5 km.

Apoio aos viajantes
Existência de pontos especializados de restauração e de pernoita em meio rural.

Povoações com dimensão
Centros urbanos ou povoados importantes onde as estruturas de apoio aos viajantes.

- Viagem de Ibn ammâr (São Brás) a (Silves) - (jornada até Xilb). "Abû Bacr Muhammad Ibn 'Ammâr" nasceu em Xanbrax 1031 - 1086, antiga (São Brás de Alportel) no século XI, famoso cortesão foi um grande poeta para além de um hábil político e chegou a ser nomeado governador de Silves pelo seu amigo, o rei de Sevilha.

- "hisn Burtala al'Portel" – cerca fortificada em terras de Alportel que deu o nome ao próprio sítio.

Moçárabe: Os topónimos existentes na época islâmica não são necessariamente de origem árabe. Alguns radicam em nomes pré-latinos, estes últimos podem ter sido formados em períodos anteriores – na época romana ou tardo-antiga – ou consistirem em criações toponímicas moçárabes, ou seja, atribuíveis ao romance neo-latino falado pelas populações locais submetidas ao domínio muçulmano, mas não assimiladas. Essa língua, descendente directa do latim arcaizante da Bética e em fase inicial de constituição histórica aquando da conquista islâmica, coexistiu com o árabe até o final do califado em situação de diglossia: a língua dominada, o moçárabe, era a variedade vernácula, relegada ao uso familiar e rural; a dominante, o árabe, era a língua de cultura, aquela que se utilizava na administração territorial e através da qual se conservava o património escrito no al-Andalus. Em contrapartida, muitos dos vocábulos galego-portugueses e moçárabes pertencem ao fundo patrimonial do latim vulgar hispânico. Este é um motivo mais que válido para (São Brás) ter sido identificado com o povoado muçulmano referido nas crónicas como Xanbrax (Xanbraxe) originando Šanbraš (Zanbraz).

Um dos "Mulladi" diz:

"…de uma das torres de hish burtala al'portel avista-se um vislumbre da povoação de Shantmaryia Faroún, Taifa que tira o seu nome de uma imagem (Santa Maria) de Nossa Senhora colocada sobre as muralhas acima da porta do mar esta dotada de portas de ferro, seu apelido o nosso califa Härune", sendo nosso governador, ele também "Mulladi" e sua ilustre família, fabrico vestuário para esta (Kura)."

Notas importantes do legado árabe a Sanbras

"No que o período medieval islâmico diz respeito, sobreviveram, para além das marcas observáveis da toponímia, os nomes de alguns sítios de povoados agrícolas, designadamente alcarias entre os séculos VIII e XIII, identificados pela presença de artefactos cerâmicos:"

Louças de mesa e cozinha, telhas, alcatruzes e anexas engrenagens que farão parte do sistema de extração de água do solo através de uma nora com a ajuda de força animal. Burros, mulas e machos, os árabes aproveitam em seu benefício os moinhos de mós adotado pelos Romanos de modo á irrigação de todas as zonas cultiváveis. Facultam a todo este território o seu conhecimento em muitas outras áreas das ciências, medicina, astronomia, em prol da rotação das culturas agrícolas e o próprio costume do termo "Ofício". O ofício está intimamente ligado às antigas profissões que nos deixam de testemunho no desenvolver desta aldeia desde muito cedo, acompanham o Homem islâmico que nos transfere a aprendizagem em tempos de quem trabalha o latão, o albardeiro, o artesão, o telheiro e até o próprio almocreve que perdurará aqui como comerciante de um grande número de indivíduos durante várias gerações. Pastores, caçadores, inicia-se os primeiro comércio de gado pelos indígenas, fabricação de vestuário, sementes e leguminosas e mel fonte já conhecida na antiguidade criado assim alguns povoados rurais dispersos que permanecem assim milénios. Na serra xistosa do caldeirão as árvores de grande porte desaparecem definitivamente, essencialmente porque são substituídas pelas amendoeiras, figueiras e alfarrobeiras ou até mesmo o "figo de pita" iguaria tipicamente árabe. Para completar a extensa descrição de arvoredo e semente de cultivo acrescentamos a esta panóplia o sobreiro que futuramente será uma das maiores riquezas que eles podem ter trazido para estas terras, na sua conquista e que transformaram a paisagem até aos dias de hoje.

Os Árabes deixam-nos a herança dos nomes da maior parte das localidades, nascimento da atual toponímia, os costumes (o saber fazer), hidráulicos, noras, rega, moinhos e riqueza rural, alçarias, e pequenos povoados agrícolas perfeitamente equipados com telhas e cântaros.

Bibliografia: primeiro parágrafo de texto do livro São Brás de Alportel (90 anos de Memórias) 1914-2004

A ocupação Islâmica está atestada através de fontes documentais (séculos XI-XIII) (KHAWLI, 2007: 22) e de sítios arqueológicos, designadamente alcarias e pequenos povoados agrícolas, alguns localizados junto de vias calcetadas.Conjunto de moedas que integra um dinar (moeda em ouro).

A primeira referência identifica-o nas crónicas como (Xanbrax) nomeado para Sanbras como um "sítio ou lugar" de passagem na serra dos campos agrícolas, que se torna povoado muçulmano ligado a ad-Dai'hâ aqui existente às terras de al'Portel.

A primeira alusão a Sanbras aparece referenciada na fonte árabe al-Hulla al-Sayara, obra escrita no século XIII por Ibn al-Abbar. Recentemente, foi colocada a hipótese de (São Brás de Alportel) ter sido uma povoação islâmica fortificada de três ou quatro hectares, provavelmente relacionada com o castelo (hisn) de Burtala, localizado a uma etapa curta de Santa Maria do Gharb (Faro), referido pelo geógrafo árabe do século XII (al-Idrisi) e hoje identificado no Vale de Alportel.

Conclusão

Fonte: Quanto a primeira "fonte santa" e fonte natural já nada se sabe, existem indícios de a primitiva mesquita ter sido perto dessa fonte original em que a água brotava do rochedo, junto da falésia. A fonte já documentada e construída aparece nas descrições de aldeia bastante mais tarde, numa zona um pouco acima onde fica agora localizado o lavadouro municipal este anexo há "fonte nova".

Se o mundo dito árabe põe fim à HISTÓRIA Ocidental chamada de "Antiguidade" inicia a continuidade da chamada "Idade Média (adj. medieval) que será um período entre os séculos V que só terminará no século XV. Temos de compreender que a partir do ano 1000, verifica-se na Europa um renascimento do comércio, à medida que inovações técnicas e agrícolas permitem uma maior produtividade de solos e colheitas.

Ossónoba: Pelo século XII do ano de 1137 d.C, Emir Texufin du Andaluz, arrasa o que resta de Ossónoba sem ter conseguido entrar no porto da nova cidade abraçado pelo cabo e leva consigo 6.000 cativos para África, ficando assim só o forte (muralhas) e a recente numa (Vila-a-dentro). Com o tempo o topónimo "Härum" será aglotinado pela população moçárabe como "Faroún ou Farum". Por outro lado Salia Ibne Becre, formara o último principado Almóada entre o século XII-XIII e transferiu a sua residência já para a cidade litoral de "Sancta Maryia Faroún".

No enquadramento do Gharb al-Andalus, a comarca regional (Iqlim) de "Sancta Maryia" entre muitas outras conta com a alcaria (ad-Dai'hâ) de Sanbras seria uma das que matizavam os campos agrícolas e a serra no "sítio" e terras de al'Portel. Nessa altura poderá ter ficado alguma população aqui existente mas obviamente que após a reconquista pelo reino de Portugal em 1249 d.C o povoamento irá assim reduzir com a expulsão deste povo do território de Sanbras.

A HISTÓRIA desde a "Ocupação Humana" no território, até há plenitude da sua transformação com a "Conquista Árabe", está contada, constituindo assim o reconhecimento desta extensa pesquisa dos vários povos, das várias eras, dos vários acontecimentos que todos os leitores poderão apreciar em toda a narrativa.

Estará agora para chegar a fundação do "Condado de Portucale".

Esperamos que tenham gostado!

Texto adaptado e publicado por mediaKRIATIVE


Siga-nos no (separador 2) com mais 6 episódios que dirão respeito às MEMÓRIAS,
"às tradições e aos costumes desta comunidade"...



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  • Fim do Reinado dos Godos







    Ossónoba antiga cidade do Algarve, durante o domínio árabe, separata de Portvcale, Vol. IV, N.° 23, (1931)


    Diz-nos o Itinerário de Antonino na parte respeitante ao Algarve e Alentejo o seguinte:
    "Inter de Esuri Pace Julia M. P. CCLXIIII. Sic (Aliás 261 milhas).
    Balsa M. P. XXIIII
    Ossonoba M. P. XVI
    Pace Julia M. P. XXX24



    A Invasão Árabe é filha da pregação
    de "Maomet"



    Arabização das escritas



    Dinar em Ouro



    Manuscrito do século XII
    autor: "al'Mubasär"

    Imagem, achada há bastantes anos em uma das supulturas que rodeavam
    o templo romano de "Milreu" (Fot. do autor)









    Sobre as mesmas pedras às que percorremos até "Portela" comprovava-se
    a presença dos Árabes em al'Portel



    O sopé da serra tinha um conjunto de recursos complementares importantes



    De simples casas de beira de estrada
    do século VIII, até "ad-Dai'hâ" ao ser considerada de povoação no século XIII.



    Provável localização de
    "hisn Burtala al'Portel"


    A vermelho o traçado de "Calciâta".
    Havia uma via longitudinal unindo estas duas vias ocidentais que partia da direção de "al' Ulyâ" atual Loulé e passava pelo (Planalto) e povoação nomeada já pelos árabes de Xanbrax.



    Reconstituição do que poderia ter sido a "fonte santa" pré-Islâmica encastrada no rochedo de culto ao "Blasius" - convertido a SANBRAS por meados do século XIII d.C.



    Passagens de água "Levadas" ainda algumas utilizados hoje em dia



    Noras e poços que foram espalhados
    por cerros e vales de Sanbras


    Deixam-nos como legado,
    ex: conhecimento em manuscritos
    sobre plantas medicinais




    Toponímia de
    São Brás de Alportel

    Artigo dos Alunos 7.º e 9.º Ano de Escolaridade da Escola EB 2,3 Poeta Bernardo de Passos de
    São Brás de Alportel


    PRIMEIROS LOCAIS de ORIGEM ÁRABE:

    al'Portel, al'Caria com fertilidade de terra e abundância de água – al'Margens tem bom prado e pastagem.

    Bengado (1595), antigamente havia (bom gado).

    Desbarato, destruição, ruína, do "Bisbarat" batalha entre cristão e mouros.

    Farrobo, Borrego ou Javali pequeno, como se aplica no leitão para porco.

    (Fonte Santa), nascente de água ligada à origem de São Brás (santo Blasius) onde aparece ali a imagem do (S.Braz).

    Hortas e Moinhos (Romano) hortaliças e legumes, moinhos de mós movidos pela água.

    Juncais, terreno húmido onde cresce o junco.

    Mesquita, lugar de culto muçulmano e nome de lugar.

    Parisis, latim parisii (povo celta da Gália).



    O (primeiro separador) está assim completo, com a 1.ª fase que diz respeito à HISTÓRIA deste (Planalto), iremos agora acrescentar em mais 6 episódios uma secção de MEMÓRIAS.
    Obviamente que nestes primeiros séculos logo após a formação do "Condado du Portucale" no (segundo separador), só terá como o próprio nome indica, "as memórias nas tradições, nos costumes e depois alguns documentos" desde a mais antiga comunidade ao mais recente povo Sambrasense.
    Depois sim, de uma simples freguesia, (São Brás de Alportel) será elevado a Concelho, já começarão por aparecer (literalmente) algumas imagens que demonstram a riqueza desta comunidade no culminar com uma apresentação fotográfica …"quando há invenção tecnológica da fotografia, esta faz parar o tempo, faz com que o PASSADO tenha um registo PRESENTE para pudermos sempre reviver no FUTURO apresentado nas nossas MEMÓRIAS …"

    Comentário: Administrador da Plataforma