A maior montra de São Brás de Alportel!

Setembro a tarde cai depressa, a noite conquista os vales tornando-o um lugar emerso em história, neste lugar os almocreves viajantes partem para norte para as suas primeiras transações comerciais, os artesões laboraram e iniciam o comércio com pequenos estabelecimentos aqui e acolá, modificando a paisagem de lugar para aldeia.


Um templo primitivo de pedra e barro é erguido junto à antiga via de origem romana, que mais tarde por volta do século XVII dá lugar uma capela mais ampla, dedicada a S. Sebastião dando o nome também à Rua S. Sebastião e ao Largo com o mesmo nome, as ruas vão dando lugar a um maior número de artérias.


Numa manhã do passado e devido à reorganização urbanística, a Ermida de S. Sebastião no séc. XIX é demolida e reconstruída, "descentralizada" mais a poente, passando a aumentar o largo já existente, aqui corresponde á entrada da localidade e centro da aldeia.


São os comportamentos humanos que transformaram esta aldeia, vende-se fruta e verduras, o comércio e as profissões prosperam pelo mais importante largo e rua de S. Sebastião aqui é constituído o principal eixo de São Brás alterando a topografia da aldeia. Pelas ruas, o aguadeiro, o baraceiro, o sapateiro, o albardeiro, o retratista e os alfaiates, dão lugar à expansão comercial aí existente, até ser reconhecida como freguesia e elevada a concelho à um século atrás em 1914.


Uma pequena carroça parada no meio do largo toca um realejo, as diligências circulam pela Rua de S. Sebastião que com o tempo passa a ser intitulada de Rua Gago Coutinho é também onde se realizam as feiras e passam as procissões. Nesta artéria do Largo de S. Sebastião pulsa toda a comunidade ilustre da ciência, cultural, social, das artes e das letras, homens e mulheres que sonham em ir mais além. Como exemplo disso na década de 40 resolvem por em prática a demolição de um quarteirão inteiro em prol do desenvolvimento e futuro do município para vir a dar origem à atual configuração do Largo de S. Sebastião tornando-o assim o principal eixo viário da Nova Vila existente, aqui é o "coração da vila".


A linha do tempo não pára, a toponímia da Vila continua a dar lugar ao novo, de sul para norte deste largo por entre casas sarapintadas e as vinhas ali existentes, constrói-se a "Av. Dr. Oliveira Salazar", que a meio da década de 70 é apelidada de Av. da Liberdade. Os estabelecimentos e o comércio local expandem-se e ganham novo impacto por esta avenida.


Por aqui continuamos a sentir o lugar, as suas memórias e a sua qualidade de vida, o hábito das tertúlias de café como então se faziam no "Café Ervilha" ainda hoje perduram não perdem o seu protagonismo simplesmente mudam de local. É primordial refletir nestes acontecimentos e preservar o património que legaram o orgulho desta gente. Naturalmente nesta Plataforma Digital poderá encontrar uma rubrica específica, onde a história terá o seu espaço reservado.


"Descentralizar" passou a ser uma palavra muito utilizada nos tempos modernos, resistir ao tempo, como dizem os populares "Muda-se os tempos mudam-se as vontades" as profissões adaptam-se à atualidade, no entanto, o Comércio Local continua a assegurar a sua existência sem o reboliço das grandes cidades, por aqui ainda continuamos protegidos das grande superfícies comerciais. Temos de continuar a preservar esse valor com a determinação de toda a comunidade, com o apoio das entidades, áreas e sectores que facilitem a liberdade de criatividade ao futuro deste município e à expetacular aldeia de ontem e Vila de hoje.



Publicado por:
Administrador da Plataforma
Vitrine do Comércio
02-01-2014


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100 anos...

...de memórias



  • Antiga: Rua S. Sebastião



  • Atual: Rua Gago Coutinho